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Heeey Girls/Boys... sou apenas uma Adolescente que está se descobrindo,ah viva cada minuto da tua adolescência com responsabilidade!Chorar, cair, levantar, sorrir, fazer loukuras, faz parte da vida :D

Perdido(a)?

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

A Garota da Porta Vermelha- Fim



Capítulo Vinte e Um: “Uma árvore na colina”.
Último capítulo ;')
“Não olhe pra trás e lamente o passado, por não existir mais. E não se aflita porque o futuro ainda está por vir. Viva no presente, e o torne tão bonito que valerá a pena ser relembrado".
- Lucas Scott.
Dois meses depois...

- Posso falar com você? – Lua se assustou ao ouvir a voz de Arthur logo nas primeiras horas da manhã em seu quarto; levantou rapidamente da cama, e sentiu uma leve tontura, que passou não despercebida pelo garoto. – Tudo bem?
- Sim, tudo ótimo – ela forçou um sorriso e ignorou o desconforto que a tontura lhe trouxe. – Pode sentar, se quiser.
- Obrigado – Arthur coçou a cabeça, sem jeito, e adentrou o quarto após fechar sua mais recente obra de arte, a porta preta. Sentou-se na poltrona de cor vinho que ficava de frente para a cama, onde a garota agora estava sentada. – Desculpe vir tão cedo.
- Sem problemas, acordei há duas horas com a sua irmã surtando por ter se esquecido de comprar alguma coisa pra viagem – Lua tentava não olhar diretamente nos olhos de Arthur ao falar, decidiu então fixar os olhos nas dezenas de folhas de papel que estavam nas mãos do garoto. – Ainda não acredito que ela vai para Cambridge amanhã.
- Nem eu – Arthur olhava desconfortavelmente a porta preta do quarto. - Nunca imaginei que ela tivesse um cérebro de verdade.
- Aguiar! – Lua exclamou sem perceber, arregalando os olhos quando o fez. – Desculpe... Eu, er... Ela é bem inteligente quando quer, sabe?
- É, parece que sim – Arthur tentou conter o sorriso ao ouvi-la falar daquele jeito, fazendo-o lembrar dos velhos tempos; apertou os papéis em suas mãos, lembrando do motivo de ter ido até lá. – Hum... Tem alguém em casa? Está tudo tão quieto.
- Não. Foram pela milionésima vez comprar algo desnecessário, sinto pena da sua mãe por ter de aguentar a maluquices da Julia. – Lu deu de ombros ao arrumar a blusa roxa que usava.
- Er... Eu acho que você sabe por que vim aqui... – Arthur disse sem jeito. – Eu li.
- Você leu... – ela respirou fundo, finalmente olhando o garoto nos olhos – tudo?
- Tudo – olhando a menina atentamente, ele pôde perceber como aquelas semanas separados a afetarem, como por exemplo, as sombras arroxeadas debaixo dos olhos e a evidente perda de peso que ela sofrera; Arthur sentiu um aperto no coração, só de pensar que aquilo tudo era culpa dele. – A gente pode conversar?
- Arthur... – ele sentiu os pelos da nuca se arrepiarem só de ouvir a voz da garota dizendo seu nome, hesitante. – Você não tem obrigação nenhuma de falar ou até olhar pra mim... Você tem na verdade, todo o direito de me odiar... Eu só mandei isso porque...
- Lua – interrompeu, desdobrando as folhas e dando um uma breve olhada no que estava escrito na primeira. – Eu tive cinquenta e seis dias pra sentir raiva, decepção e ódio de você – ele parou ao vê-la respirar fundo. – E depois de um turbilhão de sentimentos ruins... Eu li seu diário.
- Não é diário...
- É livro de memórias, eu sei – ele corrigiu prontamente. – Memórias basicamente sobre nós dois... Sobre mim – Arthur viu a garota morder o lábio e assentir minimamente com a cabeça. – Minha irmã te contou sobre quando ela foi me entregar essas folhas?
- Não... Hum... Elas meio que evitam falar sobre você perto de mim – completou baixinho, olhando para o chão.
- Eu sei como é... – ele comentou distraidamente. – Acho que ela não te contaria de todo jeito, afinal ela nem conhecia a maioria dos palavrões que eu usei quando entrou no meu apartamento – não pôde deixar de abrir um pequeno sorriso ao ver um tímido no rosto de Lua. – Ela não disse nada, só me deu uma tapa na cabeça e deixou os papéis na mesa da cozinha. E daí... Eu joguei seu diário no lixo. O Micael o colocou no sofá da sala. Eu espalhei todas as folhas pela casa. O Maker as organizou e colocou no minibar. Eu deixei cair vodca encima delas... O Chay as secou, e as colocou no lugar onde eu não poderia ignorá-las...
- Onde? – Lua se ouviu perguntando, a voz ainda baixa e olhar vacilante.
- No meu quarto... – Arthur coçou a cabeça desconfortavelmente. – O único lugar que eu não conseguia dormir.
- Por quê? – a garota começou a sentir o nó na garganta, tão presente nos últimos tempos, se formando.
- Meu quarto tem fotos suas, nossas. Meu quarto tem o seu cheiro... – ele suspirou pesadamente e concluiu: – Chay sabia que colocando as folhas ali, no seu travesseiro, eu não conseguiria fingir que elas não existiam. Então eu li. Sem parar...
Lua fechou os olhos diante das palavras de Arthur, sentindo o choro cada vez mais próximo. Não podia fazer isso com ele, não podia.
– Não fala mais nada... Eu... Você não sabe... Arthur, por favor – ela caminhou até a janela, ficando de costas na intenção de não deixá-lo ver a culpa em seu olhar. – Desculpe ter enviado isso, sério. Foi um erro, as coisas estão bem do jeito que estão...
- Não fala isso – Arthur continuou sentado, passou a mão pelos cabelos, sentindo-se perdido entre todos os sentimentos que a presença de Lua lhe causava. – As coisas não estão nada bem... Está tudo uma merda. As vidas da Cath e da Julia viraram verdadeiras merdas, tentando amenizar as coisas. As vidas dos caras viravam merdas toda vez que me viam bebendo e afundando nossa banda junto com as minhas mágoas. Eu nunca tinha visto minha mãe chorar desde quando meu pai foi embora... E ela chorou, Lua. Chorou por me ver chorando – o garoto se afundou na poltrona, encostando a cabeça na parede; fechou os olhos com força ao ouvir Lua soltar o ar pesadamente. – Estamos fazendo todo mundo sofrer. Todos que a gente ama... Sofrendo por nossa culpa. Se eu tivesse lido antes, te escutado desde o começo...
- O quê?! – a garota virou rapidamente, encarando Arthur completamente esparramado na poltrona e de olhos fechados. – Para com isso, chega! Eu cansei de todos me tratando como coitadinha, quando na verdade eu sou o monstro! E agora você? Aguiar, eu sou a vagabunda que dormiu com o cara que você detesta, lembra? Para de ser bonzinho comigo, eu não mereço! Eu mandei essa porcaria de diário antes de saber que... – Lua parou abruptamente e arregalou os olhos, como se estivesse prestes a falar o que não devia. – Por favor, vai embora. Esquece o que você leu, é tudo passado... Eu vou embora em breve, e então tudo vai ser do jeito que tinha que ser.
- Do jeito que tinha que ser – Arthur sentou corretamente e jogou as folhas sobre a cama da menina. – Me diz, que jeito seria esse?
- Você feliz, sua banda fazendo o sucesso que merece e eu no Brasil, com a minha família – a garota disse tentando soar firme e coerente, quando na verdade, ela tremia sentindo uma tempestade de lágrimas se aproximar.
- Você realmente acha que isso é o certo? – Arthur levantou, ficando diante da garota, que instintivamente deu um passo para trás. – Caralho, Lua. Eu vim aqui achando que tudo ia se resolver... Que nós iríamos conversar e tudo ia ficar bem. Por que você tá dificultando?
- Porque você só veio aqui pelo que leu, sem perceber que eu não sou mais assim... Eu... – Lua viu de relance, seu corpo de perfil refletido no espelho, e rapidamente mudou o rumo do que dizia. – Você se baseou em fatos antigos quando decidiu vir aqui, você não consegue perdoar o que eu fiz.
- Você não sabe do que eu sou capaz de fazer ou não – Arthur estendeu a mão, numa tentativa falha de se aproximar da garota. – O que eu sinto por você é mais forte do que uma possível traição...
- Possível traição? – Lua o olhou indignada. Como ele podia ser tão fofo quando ela era uma vadia traidora? – Arthur, acorda! Eu transei com o Nicholas.
- Você estava bêbada, com raiva de mim e ciúme da Sallie. E o Hoult se aproveitou da situação – ele falou baixo, soando cansado. – Meu Deus, Lua! Já estamos brigando!
- É claro que estamos brigando! O fato de você estar arrumando desculpas por mim é ridículo! Sou eu quem deveria estar falando isso! Eu deveria implorar pelo seu perdão... Eu...
- E por que não o faz?
- Porque eu não mereço! – a garota quase gritou a última frase, sentindo os olhos finalmente serem inundados de lágrimas. – Eu não mereço você! Eu sou suja... Você merece alguém melhor!
- Mas eu quero você, porra! – Arthur também elevou o tom de voz. – Eu sempre quis, e agora eu sei que foi recíproco desde o começo! Aqueles papéis ali, que você tanto se arrepende de ter mandado, são a prova!
Londres, Janeiro de 2003

Alguém, por favor, me belisca? Eu só posso estar sonhando... Não me belisca nada, eu não quero acordar. MEU DEUS! É tão difícil de acreditar que algo tão incrível tenha acontecido depois de tantos dias turbulentos no Brasil, e a minha entrada no meio do ano letivo num colégio em outro país...
Por mais que eu tenha adorado a Cath e os Richardson, não tem comparação! São os Aguiar! Acho que deixei minha mãe surda ontem no telefone, coitadinha. Eu tô tão feliz, mas ainda não sei dizer bem se é por tudo o que tem acontecido, ou pelo simples fato de que se trata da família do Arthur, tipo, o meu Arthur. Abençoada seja a mãe dele por não perceber que o filho dela já tem uma fama considerável, e não é aconselhável participar do programa de intercâmbio do governo! 
Hoje conheci meu novo quarto... É lindo, assim como o resto da casa. O melhor? É em frente ao do Arthur, que por sinal tem a porta azul! Azul! Dá pra acreditar? Queria tanto que a Sophie estivesse aqui pra ver isso... Ela provavelmente ficaria com vontade de me bater, afinal, eu ganhei a aposta!


- Logo nas primeiras páginas, você mencionou uma aposta – Arthur falou mais baixo, vendo que a garota sentar no parapeito da janela e esconder o rosto entre as mãos, prestes a chorar. – Que aposta era essa?
- Sophie e eu sempre disputamos a tal porta vermelha – a voz de Lua saía abafada, por ainda estar tampando o rosto. – E ela falava que a porta do seu quarto era verde, a minha cor favorita, afinal, nós éramos “almas gêmeas”. E eu sempre fui contra essa teoria, brincando que a Lei de Murphy me persegue e por isso a sua porta seria de qualquer cor, menos verde.
- Você já olhou fotos antigas da minha família, certo? – Arthur sentou na beira da cama e pegou as folhas, e viu Lua assentir minimamente com a cabeça, enquanto lutava contra as lágrimas. – Já viu alguma da casa antes da reforma? – a garota negou. – Era pequena, então quando minha mãe engravidou da Julia, meu pai resolveu reformar, já que de maneira alguma minha mãe aceitaria se mudar daqui. Se você olhar fotos antes da reforma, você vai ver que a porta do meu quarto... era verde.
- Quê? – Lua levantou a cabeça rapidamente, duvidando de seus próprios ouvidos.
- Meu pai mudou a cor, ele escolheu azul e só por isso, por ele, que eu não voltei para o verde – ele sorriu de lado, sem ânimo. – Acho que a Sophie estava certa, nós somos almas gêmeas.
- Nós... Não somos, não podemos ser – a primeira lágrima escorreu pela bochecha da menina.
- Como não, Lua? Eu sei que você se sentiu da mesma forma que eu – ele colocou algumas folhas de papel sobre a cama, achando a que se referia. – Nosso primeiro beijo.
Londres, Maio de 2003.

É, acho que além das minhas pernas estarem tremendo, minhas mãos também foram afetadas. Eu deveria ter imaginado... Só com um simples abraço, eu já me derretia (como ele faz questão de lembrar)... Um selinho, eu quase derrubei o prato de comida na escada... E agora? Estou sentada no ônibus de turnê do McFly (tentando não pirar com esse fato) e usando o laptop do Micael Borges (ainda não me acostumei com isso, ser uma deles) e tentando escrever sobre o momento mais surreal da minha vida. Eu beijei o Arthur. Eu, Lua Blanco, beijei Arthur Aguiar. Ou melhor, ele me beijou! Eu chorei na frente dele, e ao invés de rir da minha cara, ele me abraçou e disse coisas fofas... E eu fiquei meio desnorteada por tê-lo tão perto, com o cheiro dele, e como sempre eu fiquei completamente mole. 
Eu queria entender como eu consigo brigar tanto com ele sem agarrá-lo? Como eu consegui durante tanto tempo chegar tão perto para gritar ou bater nele, e não beijá-lo? 
Meu Deus, já tem quase uma hora desde o beijo e eu ainda sinto uns calafrios... É muita doideira fechar os olhos e conseguir sentir as mãos dele na minha cintura? E no rosto? Tô ficando doida, porque eu sinto! 
Oh Deus, Aguiar seu infeliz mais lindo da face da Terra, por que você resolveu mexer justo comigo? Com a minha cabeça, que já não era muito normal? E meu coração...? Que anda tão machucado desde a ida da Sophie pro céu (né amiga? Tá arrasando nas estrelas, colocando mais cor nessas nuvens). Parece que a cada olhar que ele direciona a mim nesse ônibus, um corte deixado pela Sophie se fecha, cura. Se continuar assim, em breve terei meu coração saudável de volta, com um novo morador.

- Eu te olhei escrevendo esse trecho, naquela noite no ônibus – Arthur descartou mais uma página do diário. – Os seus olhos brilhavam tanto, e às vezes você sorria sozinha enquanto escrevia. Linda. A garota mais linda que eu já conheci. Que eu queria ter nos meus braços o tempo todo... Que eu sabotava todas as tentativas de outros caras de aproximação.
- Arthur, para... – Lua choramingou, encostando as costas no vidro da janela. – Para de remoer o passado... Isso já era, não volta mais... Não...
- Não acabou – ele disse, decidido, ao levantar e parar diante da garota. – É o nosso passado, Lua. Nosso. Faz parte da nossa historia, é a base de um futuro juntos.
- NÃO É! VOCÊ NÃO SABE O QUE TÁ DIZENDO! – a garota perdeu o resto do autocontrole que tinha; levantou chorando e empurrou o peito de Arthur com certa força. – NÓS NÃO TEMOS UM FUTURO!
- Depois de tudo pelo que passamos, a Sallie, a Liza, as brigas... Você acha mesmo que eu vou deixar o Hoult nós separar? – Arthur a segurou pelos pulsos, falando alto. – Eu não vou desistir de você, Lua, eu não vou!
- Mas você precisa! Que merda, Arthur! – a garota chorava enquanto tentava soltar seus pulsos, firmemente presos pelas mãos dele. – Vai embora!
- Eu não vou embora! Agora vê se cala a boca e me escuta – ele disse mais baixo, trazendo-a para perto de si. – Eu não vou desistir da única garota que realmente confia em mim.
- Se eu confiasse em você, eu não teria agido feito uma louca e tirado conclusões precipitadas sobre a Sallie – Lua choramingou mais, sentindo as pernas bambas pela proximidade com o corpo de Arthur.
- Você confia sim! Você me contou sobre a Sophie – ele afrouxou o aperto nos pulsos da garota, tentando fazê-la olhar em seus olhos. – Isso com a Sallie foi o ciúme, eu sei como é, já agi assim varias vezes quando te vi com o Hoult.
- Por favor, por favor, para! – ela encostou a testa no peito de Arthur, chorando alto. – Não fala o nome dele...
- Por quê? – ele perguntou ao passar seus braços ao redor dos ombros da garota; seu corpo aos poucos registrava como era ter Lua tão perto novamente.
- Ele me faz lembrar de tudo o que eu perdi – ela sussurrou pressionando o rosto conta o peito do garoto.
- Você não perdeu nada.
- Eu perdi você – ela segurou fortemente a camiseta de Arthur, respirando fundo.
- Eu? Olha pra mim – o garoto envolveu o rosto de Lu com as duas mãos, a forçando a olhá-lo nos olhos. – Esse tipo de coisa acontece em todas as relações... Você nunca vai me perder, linda...
- Eu já mandei você parar de tentar consertar as coisas – ela sibilou, se desvencilhando do garoto – As coisas nunca mais serão iguais... Se você soubesse... Eu não... Eu já perdi você.
- E eu já mandei você parar de tentar foder tudo! Você tá parecendo outra pessoa! O que ta acontecendo, Lu? Me diz... Eu tô perdido no meio das suas lágrimas e recusas... – Arthur passou as mãos nervosamente pelos cabelos, respirando fundo.
- Eu sou outra pessoa... Uma pessoa que não pode ficar com você – ela disse sem olhá-lo.
- Não pode ficar comigo? Você me mandou essa merda de diário há quase dois meses com a intenção de ter meu perdão – o garoto ficou diante de Lua, desafiando a garota a dizer alguma coisa. – E agora não me quer mais? Então toda aquela baboseira que eu li sobre como a sua primeira vez foi mágica e como você me ama foi mentira? É isso?
Londres, Fevereiro de 2005.

É possível você amar tanto alguém a ponto de doer? Porque se não for, eu sou um caso a ser estudado. 
Juro que cheguei a pensar que o que eu sentia pelo Arthur fosse uma paixonite adolescente... Mas depois da conversa de ontem, eu percebi que é amor. Eu imaginava como seria contar a alguém sobre a Sophie... A reação, as palavras e o carinho que ele me transmitiu foram inacreditáveis. Se ele ao menos soubesse o quanto aquilo significou pra mim... 

Ele disse que me ama. Inúmeras vezes. Eu ainda acho que estou sonhando, e se estiver não me acordem. 
ELE ME AMA. Meu amor por ele não é nenhuma novidade, mas ele pareceu tão feliz em escutar “eu te amo, Arthur Aguiar, seu idiota” (declaração de amor igual a minha? Não existe!). 
Eu já li, assisti e ouvi muito sobre sexo. Mas nenhum relato se compara a primeira vez que eu fiz amor (isso, amor e não sexo) com o Arthur. Foi especial, eu sei que foi, inclusive pra ele.
Eu não sei mais o que escrever... Tudo parece tão bobo colocando no papel... Pela primeira vez na minha vida, a realidade supera a ficção. 
A melhor realidade, sem duvidas é a minha: o amor da minha vida... Me ama! Arthur Aguiar me ama! Posso morrer feliz.

- Você não vai falar nada? – ele disse exasperado. – Que porra, Lua! Eu sou muito burro! Eu engoli meu orgulho, por tudo pelo o que eu sinto por você! Mais uma vez eu te coloquei em primeiro lugar! E você fica ai, calada! Chorando feito uma idiota e não me diz o que tem de errado!
- Você tem razão... Então eu te pergunto: o que ainda faz aqui? – Lu disse, sem olhá-lo. Arthur arregalou os olhos quando processou o que a garota havia dito; balançou a cabeça em negação e deu alguns passos em direção á porta.
- Eu só queria entender... Por quê? – ele disse baixo, de costas para a menina. – Por que você parece tão culpada? Você estava bêbada e com raiva... Não tinha controle dos seus atos... E mesmo assim, eu vejo culpa nos seus olhos... Por que, Lua?
Londres, Fevereiro de 2005.

- Eu tenho culpa em muita coisa – ela respondeu secamente. – Coisas que vão além da sua imaginação...
- Foda-se a sua culpa... Foda-se tudo o que aconteceu – quando a garota abriu a boca para interrompê-lo, Arthur disse mais alto. – Foda-se você, Lua! Que não entende como tá sendo difícil vir aqui depois de ter visto a garota que eu amo na cama de outro cara! Mas eu vim, porra! – ele viu a garota passar as mãos nervosamente pelos cabelos, respirando fundo, parecendo travar uma luta interna. - E-eu quis matar o Hoult. Imaginá-lo tocando você... É torturante só pensar em outra pessoa te beijando... Você é minha... Eu não me imagino sem você...
- Mas terá que começar... – ela disse olhando para o chão.
- Por quê, Lu? Por quê? Eu superei... Nada nos impede de ficar juntos – Arthur se aproximou novamente, e a garota deu um passo para trás. - Eu te...
- Eu tô grávida – Lua o cortou antes de ouvir as três palavras que ela tanto queria, mas não podia ouvir.
Arthur congelou no lugar onde estava, os olhos arregalados, abriu e fechou a boca algumas vezes; então deu dois passos para trás enquanto balança a cabeça, tentando processar o queLua havia dito.
- V-você ta falando sério? – a voz dele saiu falha; vendo que a respirava profundamente, tentando controlar as lágrimas, ele continuou. – Não disse isso só pra... Pra me assustar, não é?
- Eu não faria uma coisa dessas, você sabe – Lu fechou os olhos com força e suspirou antes de encarar o garoto atônito à sua frente. – Eu estou grávida.
- Você tá grávida – ele repetiu, sentando na beirada da cama da garota, se sentindo tonto. – Você tá grávida... Lu! Você está grávida! – o garoto pareceu despertar do transe em que estava, falando mais alto – Eu vou ser pai!
- Q-quê? Não, Arthur! – ela exclamou assustada.
- Como não? De quem...? Hoult! – então todas as peças do quebra-cabeça se encaixaram. Tudo, desde o momento em que entrou no quarto de Lua; a culpa que ele via nos olhos da menina; as recusas; o visível desespero para impedi-lo de dizer “eu te amo”. – AQUELE FILHO DA PUTA TE ENGRAVIOU!
- N-NÃO! – Lua ficou realmente assustada ao ver a expressão transtornada do garoto.
- COMO NÃO? SE NÃO É MEU, NEM DELE... CARALHO! VOCÊ TEM OUTRO? – ele gritava, mesmo sabendo que aquilo não fazia sentido e que magoaria a menina.
- CLARO QUE NÃO! NÃO SEJA RIDÍCULO! – ela sentiu uma breve tontura, causada pelo choro e gritos... E pela gravidez.
- Eu não estou sendo ridículo, você é quem não fala nada coerente! – nesse momento ele já estava de pé, mais uma vez, diante de Lua. – Você ta grávida, cara! E disse que o filho não é meu e nem do desgraçado do Hoult... O que você quer que eu pense? Divino Espírito Santo agindo novamente?
- E-eu... Que merda, Arthur! Eu não sei! – a garota disse virando de costas, mas foi impedida por ele, que a virou para si novamente.
- Não sabe o quê? – ele disse, segurando-a pelos ombros.
- Pelas contas... Eu não consigo dizer de quem... de quem é – Lua olhou timidamente para Arthur, os olhos dele estavam avermelhados e isso fez com que ela sentisse vontade de chorar mais.
- Mas você tem que saber!
- Nós transamos sem camisinha, lembra? – ela disse sem se mover.
- Mas o Hoult... Ele não usou... – Arthur trincou o maxilar sem terminar a frase, sentindo o ódio borbulhar dentro de si.
- Eu não sei... Eu não lembro – a garota fez uma careta de dor quando ele apertou seus ombros com as mãos. – E isso não importa.
- Não importa? Mas que inferno você quer dizer com isso, garota? – ele deu uma leve sacudida no corpo dela.
- Não importa, simples assim. É meu bebê, e isso é tudo o que eu preciso saber – Lua finalmente tomou as rédeas de suas emoções, disse firme e levemente irônica. – Agora você entende, né? Por que eu tentei te mandar embora? Por que nós não podemos ficar juntos? Eu estou grávida. E você não tem nada a ver com isso.
- Se é assim que você quer... – sentindo que não aguentaria mais ficar naquele quarto por mais um segundo sem perder o controle, Arthur se afastou em passos largos e antes de bater a porta com força, acrescentou: – Seja feliz, sendo mãe solteira.
***

- Não aguento mais esses enjoos – Lua suspirou ao escovar os dentes e sair do banheiro. Seu quarto estava muitíssimo bem iluminado pelo lindo sol que entrava pela janela, o dia estava quente, convidativo. A garota deu um leve sorriso ao tocar de leve a quase inexistente saliência em sua barriga, – Para de reclamar, sua maluca!
- Garota do Brasil, trate de descer agora! – ela sorriu mais uma vez com os berros de Julia, pegou sua bolsa depois de colocar seus óculos escuros e saiu do quarto, fechando a porta.
- Mel já ligou duas vezes – Julia disse assim que Lua apareceu na sala.
- E Maira mais duas – Cath completou.
- Vocês parecem gêmeas siamesas, terminando uma a frase da outra – Lu riu das caras das amigas enquanto saíam de casa. – E Maira e Mel são duas desesperadas, parece que são elas que estão se mudando!
- Como você é sem coração! Elas só são carinhosas – Julia se fez de ofendida.
- Nossa, Lua, obrigada pelo amor... Eu só to indo pra Itália, sabe? Não precisa mostrar que me ama e vai sentir falta – Cathie entrou na brincadeira, fazendo Lu rir e abraçá-la.
- Ah, sua chorona! Eu te amo e vou morrer de saudade – ela apertou a amiga contra si, e logo fez sinal para Julia se aproximar. – Abraço de urso!
- Ah parem! Vão amassar nosso bebê! – Cathie disse alto, tentando proteger a barriga de Lua.
- Cala a boca, Catherine! – Julia logo a repreendeu. – Se minha mãe te escuta...
- Se sua mãe escuta o quê? – a Senhora Aguiar pareceu de repente ao lado do carro.
- Ih, fodeu – Cathie sussurrou, fazendo Lua rir.
- Nada, mãe, a doida da Catherine estava falando coisas impróprias, que chocariam a senhora – Julia se apressou a dizer, e para o alivio das garotas, a senhora apenas sorriu e pediu para que elas entrassem logo no carro.

- Promete que vai me ligar sempre pra contar tudo sobre nosso bebê?
- Prometo, Cathie.
- Promete que não vai escolher uma brasileira bronzeada e com a bunda grande pra ser madrinha dele ou dela?
- Eu já prometi que você será a madrinha, Cath.
- Promete que...
- Chega, Catherine! – Julia interrompeu, rindo, ao ver os olhos das amigas tão cheios de lágrimas quanto os seus. – A Lua não vai fugir com o nosso bebê. Ela sabe que se fizer algo do tipo, nós pegaremos a guarda dele.
- Quem precisa de um pai tendo três mães? – Cathie disse sem pensar, levando uma cotovelada de Julia. – Nossa! Desculpa, Lu, eu não quis dizer...
- Relaxa, Cathie – Lua sorriu para as amigas, ainda abraçada a elas, no aeroporto movimentado enquanto esperavam a chamada para embarque do voo de Cath. – Eu amo você por ser assim, sentimental e tagarela... E sem noção... – ela riu quando a amiga fez uma careta, deixando a primeira lágrima cair por seu rosto – E você, dona Julia Aguiar, sempre tão ranzinza e briguenta... Sempre tão protetora.
- Eu seria melhor madrinha que a Richardson – Julia fez bico, tentando brincar para não deixar o choro preso na garganta vir á tona.
- Você é tia do bebê e ainda quer ser madrinha? – Cathie ralhou com a amiga. – Egoísta.
- Ela pode não ser tia... – Lua disse sem graça, olhando a senhora Aguiar conversar com o pai de Cath a alguns metros de distância.
- Algum dia nós vamos ter certeza disso? – Julia perguntou baixinho.
- Não sei... Pode ser que assim que ele ou ela nasça eu saiba... Só de olhar... – as imaginações das três garotas ganharam vida conforme Lua falava. – Ele pode nascer bem branquinho, com os cabelos pretos e olhos azuis elétricos...
- Ou pode ser parecidíssimo comigo – Julia completou, deixando claro com quem a criança se pareceria, em sua opinião.
- Que nada! Vai ser uma menininha, idêntica à Lu! – Cathie finalizou, fazendo todas rirem. Nesse momento, a irritante voz foi ouvida por todo o saguão: Atenção passageiros do vôo 874 com destino a Milão, embarque pelo portão G. – Acho que tenho que ir.
- Eu não quero que você vá – Julia choramingou, abraçando a amiga, surpreendendo tanto Catherine quanto Lua. – Quero ter sempre essa desmiolada por perto!
- Ah, Julia, não faz isso – a garota respondeu da mesma forma. – Nós prometemos não dar vexame no aeroporto. Eu ia entrar no avião, você ia entrar no seu carro e a Lu ia pra casa... Todas divas, sem lágrimas.
- Eu sou diva, nem tô chorando – Lua brincou, rindo em meio às lágrimas.
- Cala a boca, garota do Brasil – Julia e Cathie disseram em uníssono, rindo da cara de Lu logo em seguida.
E assim, as três se abraçaram mais uma vez, em completo silêncio... Catherine começou a se distanciar com seu pai, e quando estava prestes a entrar no corredor que levava ao avião, olhou pra trás e gritou “EU AMO VOCÊS, SUAS VACAS!”.

- Vocês duas no mesmo dia... Tá difícil me manter firme e forte – Lua brincou ao sair de casa no fim da tarde, acompanhando Julia até o carro cheio de coisas.
- Eu falei pra Catherine ficar mais um tempo com você aqui, já que eu tenho que ir pra Cambridge fazer o curso preparatório – a garota jogou os cabelos para trás, fazendo pose.
- Ah me desculpe, senhorita-estudante-super-inteligente-de-Cambridge – Lu riu e deu um leve tapa na cabeça da amiga. – Cathie também teve que ir, eu entendo... Mas justo no mesmo dia?
- Era para a senhorita estar pronta pra entrar nesse carro e ir pra Cambridge comigo – Julia a abraçou de lado e com a outra mão, fez um carinho discreto na barriga de Lua. – Mas agora sua decisão agora envolve outra pessoinha.
- A minha vida agora é baseada nessa pessoinha – Lu sorriu, segurando a mão da amiga, que ainda estava na leve saliência em seu abdômen.
- É um alívio te ver sorrindo – Julia disse baixinho. – Sabe? Você chorou tanto pelo meu irmão, depois quando descobriu sobre a gravidez... Eu fico realmente feliz em te ver curtindo esse momento...
- Eu só percebi que meu bebê não tem culpa de nada, nem de como ou com quem ele foi concebido – a garota suspirou com um leve sorriso nos lábios.
- Eu te entendo. Amiga, você realmente não faz ideia se meu irmão é o pai? – Julia perguntou um pouco sem graça.
– Você sabe, que de todo o meu coração, eu queria que ele fosse... Mas eu não tenho ideia... Eu poderia fazer um exame e simplesmente saber – Lua suspirou, e dessa vez sorriu tristemente. – Mas de que adiantaria? O Nicholas está feliz com o sucesso dele nos Estados Unidos, não me atreveria a atrapalhá-lo. E seu irmão... Ah, Julia, ele tem uma vida incrível pela frente, nunca me perdoaria se algo ou alguém o atrapalhasse.
- Você não é qualquer pessoa, e um filho não o atrapalharia – a amiga respondeu séria.
- Eu já ouvi esse discurso, já decorei – Lua suspirou e então completou sorrindo. – Não serei a primeira nem a ultima mãe solteira da historia. Nick está melhor sem mim, e o Arthur, eu o amo demais pra estragar a vida dele por uma burrada minha.
- O que você acabou de dizer? – Julia disse um pouco mais animada.
- Que eu não estragaria a vida dele? – Lua não entendeu a expressão levemente sorridente no rosto da amiga, que negou com a cabeça. – O quê? Que eu amo seu irmão?
- É! Você não deve se lembrar de certa vez, quando uma garota brasileira me disse que não entendia o amor e o motivo das pessoas se casarem...Flashback

- Me conta tudo! – Lua falava animada, quando Julia chegou em casa.
- Como eu pude pensar em não ir nesse encontro? Me fala – ela disse, sorrindo bobamente enquanto tirava a sandália e se sentava na cama de Lu. – o Billy é um fofo, eu tô encantada por ele. Ah e a Cath tá namorando o Edward, acredita? 
- Nossa! Eles são rápidos, hein? 
- Pra você ver... 
- E pela sua cara de boba apaixonada, me parece que logo você também terá um namorado, né?
- Obrigada pelo “boba apaixonada”, sua coração de pedra!
- Eu não tenho coração de pedra, eu só não entendo o que leva pessoas a se casarem, por exemplo.
- Pessoas se casam porque se amam!
- Mas como elas podem saber que realmente amam uma pessoa, a ponto estarem dispostas a passar o resto da vida com essa mesma pessoa?
- Quando se ama alguém você sabe que ama e ponto! Não precisa de certeza sobre nada! O amor não é assim!
- Ah, então quer dizer que se eu sentir uma mínima cosquinha no meu coração quando vejo um cara eu devo me casar com ele porque eu o amo?
- Meu Deus! Garota, eu desisto! Como foi que viemos parar nesse assunto hein?
- Sei lá! – Lua finalizou o diálogo e as duas caíram no riso.
- Mas que um dia você vai amar alguém e vai admitir que estava errada, ah isso você vai... – disse, quando a amiga saiu do quarto.

Flashback off

- Lembrou? – Julia sorriu abertamente.
- Lembrei! – Lua riu, sentindo o rosto corar. – Ah, meu Deus, eu lembro!
- Então, vá em frente e admita! – desafiou.
- Ta bem... Eu estava errada. Eu não entendo, mas sei o que o amor é, pois eu o sinto... Em diversas maneiras... Por você e pela Cath... Pela minha família... – ela sorriu ao abraçar Julia pelos ombros. – E sim, senhorita Aguiar, eu confesso meu erro, eu amo seu irmão... Mas nenhum amor pode ser mais forte ou maior do que eu já sinto por esse bebezinho aqui dentro.

As garotas conversaram por alguns minutos, até que senhora Aguiar saiu da casa e disse que era melhor a filha ir, pois não queria que ela dirigisse no escuro. Após mais lágrimas, abraços e recomendações, Julia entrou em seu carro e partiu, deixando para trás sua mãe abraçada à sua melhor amiga.
***

- Lu! Vem comer! – a voz da senhora Aguiar foi ouvida pela garota que estava sentada na varanda, aproveitando o sol da manhã enquanto escrevia em seu notebook.
- Não tô com fome! – Lua gritou, sem desgrudar os olhos da tela.
- Lua Blanco, agora – a senhora apareceu na porta indicando a cozinha com o dedo. – Já pra dentro.
- Mas eu não tô com fome – ela repetiu fazendo bico.
- Você foi a única filha que me restou, deixe-me ser uma mãe, por gentileza? – a mais velha disse sorrindo.
- Posso comer o que eu quiser? – Lua sorriu infantilmente.
- Não. Vai comer o que eu colocar no seu prato. E comer tudo – ela disse enquanto já servia a menina, que ainda ostentava um beicinho. – Querida, você pode não estar com fome, mas eu sei de alguém que provavelmente está.
- Lua, se alimenta direito – uma voz masculina foi ouvida na cozinha, assustando somente Lu, que deu um pulo na cadeira, levando a mão ao peito. – Pelo bem do bebê.
- Filho, você quase matou a pobrezinha do coração – a senhora Aguiar disse sorrindo ao caminhar até Arthur, e depositar um beijo em sua bochecha, antes de sussurrar: – Barba feita, finalmente.
- Desculpe – ele sorriu sem jeito, olhando Lu, que ainda estava estática em sua cadeira.
- Veio almoçar com as duas mulheres da sua vida? – senhora Aguiar disse naturalmente, fazendo os dois jovens desviarem os olhares que sustentavam até aquele momento.
- Na verdade... Eu vim buscar a Lu – Arthur se aproximou de onde a menina estava sentada, reparando em como a gravidez a tinha deixado mais bonita. – Festa na casa do Micael, lembra? – ele completou ao notar a confusão estampada no rosto dela.
- Ela não vai sair antes de almoçar – a senhora disse antes mesmo de Lua ter alguma reação.
- Eu prometo pra senhora que ela vai comer coisas saudáveis – Arthur disse de um jeito fofo para a mãe, logo olhou para Lu, ainda sorrindo.
- Ela está sentada bem aqui – a garota disse com a voz fraca, porém sorrindo levemente.
- Desculpe, querida. Coma alguma coisa e pode ir com o Arthur.
- Mas se preferir, eu compro alguma coisa pra você no caminho – o garoto contrapôs docemente.
- Desculpe, não estou a fim – Lua mentiu, e planejava continuar com a mentira, mas ao olhar o garoto parado em sua frente mover os lábios dizendo “por favor” sem emitir som algum, ela mudou de ideia. – Mas pensando melhor, tomar ar fresco na piscina do Micael Borges pode ser bom.
- Vai ser ótimo, querida – senhora Aguiar sorriu para a garota. – Prometa que não vai comer porcaria e nem beber...
- Eu já prometi isso, mãe – Arthur abraçou a mulher pelos ombros dando-lhe um beijo estalado na bochecha. – Velhinha linda.
- Ah, seu moleque atrevido! – ela riu, dando um tapa na bunda do filho, fazendo Lua rir. – Andem logo, pra curtirem esse sol maravilhoso.
- Vamos? – Arthur perguntou para a garota, que fez sinal de que queria falar com a mãe dele, á sós. – Bom, pega suas coisas, que eu te espero no carro.
- Desde quando... – Lua começou a falar, assim que o garoto saiu da cozinha. – Desde quando a senhora sabia?
- Sabia de quê? Que você está grávida? – a mulher disse naturalmente, ao colocar Lu de pé em sua frente, começando a fazer uma trança frouxa no cabelo da menina. - Meu bem, eu soube no momento em que te vi sair correndo dessa mesma cozinha quando sentiu o cheiro de creme de milho, que nunca te incomodou antes.
- E só por isso? Só por eu sentir enjoo a senhora soube? – a garota mantinha os olhos fechados, sentindo as mãos leves correndo pelos fios de seus cabelos.
- Lua, eu prometi a sua mãe e à mãe da Cath que cuidaria de vocês. Vocês são filhas pra mim... Só de olhar para você, eu soube que estava diferente – a senhora terminou a trança e virou a garota de frente para si. – Mas só tive a confirmação quando meu filho apareceu às três da manhã, bêbado e barbudo, e me contou que a garota que ele amava estava grávida e não o queria como pai do bebê.
***

A ida até a cada de Micael foi silenciosa, exceto pela voz de Adam Levine que saia dos alto falantes do carro. Lua olhava a paisagem passando rapidamente e o vento soltar seus cabelos da trança, enquanto Arthur lançava olhares regulares em sua direção, ato que era encoberto pelos óculos escuros que usava.

- Cara, relaxa! – Maker disse baixo ao se aproximar de Arthur e Chay no bar que ficava perto da piscina na casa de Micael – Ela não vai sumir numa nuvem de fumaça, pode piscar!
- Aguiar, ele tem razão, parece que você vai ter um ataque do coração a qualquer minuto – Chay observou a força com que o amigo segurava a lata de refrigerante, enquanto olhava Lua conversar com as outras garotas na beira da piscina. – Vá logo falar com a Lu, e acaba com essa agonia.
Horas mais tarde...

- Maira, para! – Lua disse rindo ao afastar a mão da menina de sua barriga. – Faz cócegas.
- Mas você está tão fofa – a amiga fazia caras e bocas ao falar, causando risadas nas outras três garotas. – A grávida mais linda que conheço.
- Deixa de ser puxa saco – Mel abraçou Lua possessivamente. – A Lu é minha, o bebê é meu... É tudo meu.
- Amei! – Sophia exclamou de repente. – Consegui tirar uma foto bem na hora que a Mel passou o braço pelos ombros da Lu e a Maira ainda estava com a mão na barriga. Ficou lindo.
- Somos lindas, beijos – Maira fez pose e todas riram.
- Meninas, acho melhor eu procurar o Arthur.
- Hum, procurar o Arthur? – Mel disse maliciosamente, fazendo Lua corar rapidamente.
- Ele quer falar comigo, mas eu nem dei atenção a ele desde que chegamos – a garota levantou e respirou fundo. – Me desejem sorte.
- Toda sorte do mundo, amiga!

- Oi – Lu disse tímida, ao encontrar Arthur num dos bancos espalhados pelo gramado da casa de Micael.
- Ah, oi – ele respondeu rapidamente, assustado com a chegada silenciosa da menina. – Estava observando... Bem, o nada – Arthur disse, fazendo Lua rir. – Senta aqui.
- Obrigada por ter me trazido. Eu gostei... Estava com saudade do pessoal – ela sentou olhando para frente, se esforçando ao máximo para se concentrar na beleza do jardim e do dia ensolarado, e não no lindo rapaz sentado ao seu lado, que a observava.
- Todos sentiram sua falta – Arthur comentou, prestando atenção em cada detalhe do perfil da garota, desde os cabelos bagunçados pelo vento aos óculos escuros de armação vinho, o vestido branco... Ela parecia a versão moderna de um anjo. – Como você está? Er... Como o... Como o bebê está? Você já foi ao médico?
- Estamos bem – inconscientemente, Lua levou a mão à própria barriga. – Fui ao médico assim que descobri. Está tudo certo.
- Que bom... – o garoto estava visivelmente sem graça, desconfortável com o assunto. – Eu queria...
- Arthur, antes de você falar qualquer coisa – a garota o interrompeu, olhando-o de verdade pela primeira vez desde que sentara naquele banco. Por um breve momento, ela temeu perder a linha de raciocínio... Sua memória havia pregado uma peça. Ele era mais bonito do que conseguia lembrar; seus olhos foram da bermuda cinza folgada que ele usava, passando pela camiseta branca de pano fino, até chegar ao rosto perfeitamente barbeado, as bochechas levemente coradas pelo sol, os cabelos arrumadamente bagunçados e os olhos encobertos pelo óculos escuro. Lindo, absurdamente perfeito. – Eu vou fazer o exame. Não precisa se sentir obrigado a...
- Meu Deus! Cala a boca um minuto, garota – Lu não soube dizer se ele estava brincando ou realmente nervoso quando tampou sua boca com a mão direita, enquanto o braço esquerdo foi apoiado no encosto do banco, praticamente ao redor dos ombros dela. – Vai ficar quieta enquanto eu falo? – a garota concordou levemente com a cabeça. – Lua, em algum momento você me ouviu pedindo exame de DNA? Me ouviu dizer que não queria ter um filho? Eu disse alguma coisa que te fizesse pensar que não assumiria esse bebê? – a garota empurrou a mão dele que ainda estava em sua boca, ato que passara despercebido por Arthur.
- Me chamou aqui pra brigar? – a voz da garota soou triste, deixando claro que tinha expectativas diferentes para aquela conversa.
- Não. Eu não te chamei pra brigar – Arthur respirou fundo, se esforçando para não quebrar o clima de paz que estava instalado entre eles desde o momento em que se encontraram naquele dia. – Eu só queria deixar claro que eu sei o papel de idiota que estou fazendo. Eu sei que não deveria ser tão bonzinho em relação a tudo isso... Não preciso que mais ninguém me lembre o que aconteceu. Eu sou retardado, que novidade tem nisso? Pro inferno com toda essa história! – o garoto disse tudo de uma vez, e quando terminou não pôde evitar uma gargalhada ao ver a cara de espanto de Lua. – Que é? Você sempre soube que eu não sou normal... Espera, estou perdendo o foco do assunto...
- Para de se chamar de idiota, retardado e qualquer coisa do tipo – a garota disse baixo, fechando os olhos quando um vento fresco passou por eles. – Você é incrível. Só de estar aqui conversando comigo, diante da possibilidade de ser pai de um filho indesejado ou...
- Não existe “ou” – Arthur a interrompeu, tirando os próprios óculos e sentando mais próximo à garota. – Tira esses óculos – disse sério, vendo a garota sem reação em sua frente, ele tocou de leve seu rosto e tirou o objeto com cuidado. – Quero você olhando nos meus olhos quando eu disser tudo o que eu tenho pra dizer. Toda essa merda que eu tô sentindo desde o momento que eu disse aquela frase horrível pra você... Você não vai ser mãe solteira. Eu estava com raiva, não quis dizer aquilo.
- Você disse o que eu merecia ouvir, até menos do que eu realmente mereço – Lua virou minimamente o rosto na direção oposta a Arthur, porém ele tocou seu queixo com as pontas dos dedos, forçando-a a olhá-lo nos olhos pela primeira vez em muito tempo.
- Para com essa historia de se culpar. Chega! Nós erramos, mas esse bebê não vai sofrer as consequências desses erros, ouviu? – ele se aproximou mais da garota. – Esse drama todo tá me irritando! As coisas são tão simples, nós precisamos parar de complicá-las!
- Não tem nada simples nisso tudo – Lua disse, completamente entorpecida pela proximidade de Arthur.
- Tudo é bem simples... O que nos leva ao motivo de ter te chamado aqui. Tudo o que nós somos ou seremos, vai ser definido agora... Me responde com sinceridade – Arthur disse baixo, passando sua mão levemente pelo rosto da garota até entrelaçar seus dedos nos cabelos que agora estavam completamente soltos; Lua fechou os olhos ao sentir a respiração dele bater em seus lábios, ambos respirando fundo. – Abre os olhos – ele sussurrou e passou levemente seu nariz pelo da garota, ela abriu os olhos lentamente e o encarou bem de perto. – Vamos parar com toda essa palhaçada e ficar bem? Juntos? Com o nosso bebê?
- Arthur – Lu também disse aos sussurros. – Não é justo com você... O exame pode...
- O exame não pode nada – o garoto encostou sua testa na de Lua, enquanto a puxava para mais perto pela cintura, sem tirar a outra mão de seus cabelos; ela por sua vez tinha as duas mãos segurando a camiseta de Arthur. – Você disse que você sabe o que precisa saber: o bebê é seu e ponto. Eu também sei... Sei que só por ser seu, ele se torna meu.
- Você... Tem certeza? – ela finalmente se rendeu, sentiu seu coração acelerar com a possibilidade de ter tudo o que precisava: Arthur.
- Mais do que você pode imaginar – ele sussurrou a frase que aquietou o coração da garota, e afastou seus medos e inseguranças; apesar da posição ruim, por ainda estarem sentados no banco do jardim, Lua conseguiu juntar mais seus corpos quando colocou as duas mãos na cintura de Arthur, o puxando contra si e sem pensar duas vezes iniciou o tão desejado beijo, não só pelo ato em si, mas por tudo o que o acompanhava, por tudo que aquele simples selar de lábios traria consigo. Respiraram profundamente ao mesmo tempo quando finalmente fecharam os olhos e se entregaram ao momento.

Toda a alegria do reencontro, a dor da saudade e o alívio de finalmente estarem juntos era refletido na intensidade do beijo a partir do momento em que Arthur tomou as rédeas da situação e fez com que sua língua encontrasse a de Lua. Não contente com as posições em que estavam, ele passou os dois braços por baixo do corpo da garota, trazendo-a para seu colo, sentada de frente para si; por estar entre as pernas da garota, suas mãos estavam livres para irem desde os cabelos e rosto de Lua à sua cintura e quadris. Ela, por sua vez, segurava os cabelos da nuca de Arthur com uma mão, enquanto a outra corria levemente pelo rosto do garoto, gravando cada detalhe. O beijo se tornava cada vez mais intenso, os deixando ofegantes em poucos minutos, fazendo Lua morder o lábio de Arthur e se afastar lentamente, buscando o ar que lhe faltava nos pulmões enquanto trilhava um caminho de beijos até o pescoço do garoto, sentindo-o colocar as duas mãos em seus quadris e pressioná-la mais ainda contra si, deixando a garota sem condições de conter um suspiro mais alto; Arthur movia as mãos lentamente pelas coxas e costas da garota por dentro do vestido que ela usava, contrariando os pedidos que seu corpo fazia de que ele a sentisse melhor.
Lua subiu os beijos e as fracas mordidas até a orelha de Arthur, mordeu levemente o lóbulo e sussurrou: “Me perdoa” – as duas palavras que o garoto fingia não serem as que ele tanto queria ouvir surtiram efeito imediato: uma de suas mãos segurou o rosto de Lu firmemente, enquanto com o outro braço trouxe a garota para mais perto, extinguindo o espaço que existia entre seu tórax e os seios dela. Arthur a olhou atentamente ao ouvi-la se pronunciar mais uma vez – Eu senti tanto sua falta – ele sorriu minimamente e mordeu o lábio inferior da menina, moveu sua mão até os cabelos dela, onde entrelaçou seus dedos mais uma vez, e a forçou a oferecer-lhe o pescoço, para que pudesse beijar e mordiscar inúmeras vezes a região.
- AÊ, SEXO AO VIVO! – Maker gritou de algum lugar próximo, assustando o casal, que se separou rapidamente.
- Ah gente, no banco do meu jardim não! – Micael fez cara de nojo e com isso todos riram: Maker, Chay, Mel, Maira, Sophia e até mesmo Arthur e Lua, enquanto tentavam voltar ao normal.
- Não acredito que vocês atrapalharam a reconciliação mais esperada da história! – Maira lamentou, deixando Lu completamente sem graça ao sentar corretamente no banco.
- Vocês não têm nada melhor pra fazer? – Arthur parecia indeciso entre ficar bravo ou rir mais ainda da situação.
- Além de te ver explodindo de felicidade por ter a pequena de volta? – Chay fingiu pensar, abraçado a Mel. – Acho que não.
- Te odeio, cara – Arthur o fuzilou com os olhos, fazendo todos rirem. Os garotos fizeram mais algumas piadinhas sobre o amigo, e então voltaram para a piscina com as namoradas, deixando-o sozinho com Lua. – Amigos inconvenientes... Nos interromperam na melhor parte!
- Melhor parte... Que vergonha, isso sim – a garota estava completamente ruborizada, já de pé arrumando o vestido e cabelos. – Nos empolgamos demais.
- Eu nem ligo – Arthur deu de ombros ao se levantar e abraçá-la por trás. – Quem quiser nos ver, que veja. Não temos nada a esconder. Temos?
- Não – Lu envolveu os braços de Arthur, que estavam em sua cintura, acariciando-o levemente. – Nada a esconder. Não temos nenhum segredo...
- Um recomeço... – ele beijou o topo da cabeça de sua menina e espalmou a mão na barriga dela, mexendo o polegar levemente.
***

- Bom dia – Arthur disse baixinho no ouvido de Lu, que tinha uma expressão feliz enquanto dormia. – Anda, amor, acorda.
- Eu tô cansada – a garota resmungou escondendo o rosto no travesseiro, sentindo Arthur deitar do outro lado da cama e abraçar-lhe por trás. – Você mal saiu daqui e já tá de volta.
- Você está me mandando embora, mocinha? – ele sorriu contra o pescoço da garota, que se arrepiou instantaneamente. Depois de saírem da casa de Micael, no dia anterior, Arthur jantou com a mãe e a namorada e então foi embora. Ambos concordaram que o dia tinha sido longo, e por isso deveriam dormir separados... Para assimilar os últimos acontecimentos.
- Só se você me levar junto – Lua riu ao virar de frente para o garoto, porém quando ele fez menção de lhe beijar, ela se afastou tampando a boca com a mão.
- Que foi? Enjôo? – Arthur perguntou preocupado. A garota negou com a cabeça e disse com a voz abafada:
- Não escovei os dentes! – ele riu ao ouvir a frase, vendo Lu ir até o banheiro.
– Aproveita que já está de pé, e se arruma. Quero te mostrar uma coisa.
- O quê? – a garota saiu do banheiro minutos depois, de rosto lavado com o cabelo preso num coque mal feito e foi até o guarda-roupas, ficando de costas para o namorado.
- Surpresa – Arthur estava folgadamente esparramado pela cama de Lua, os dois braços atrás da cabeça enquanto observava sua garota o olhar de soslaio. – Antes que você pergunte, não é nada chique... Então pode ir do jeito que quiser.
- Do jeito que eu quiser... Tipo jeans e sapatilha? – analisou uma blusinha listrada de branco e azul claro enquanto falava.
- Tipo calcinha e sutiã – o garoto respondeu normalmente, mas logo soltou uma gargalhada quando foi atingido por um porquinho de pelúcia.
- Tem certeza? – Lua permaneceu de costas enquanto tirava a camisola, deixando à mostra suas costas nuas e a calcinha que usava, andou rapidamente até o banheiro e fechou a porta.
- Que... Ah... Lu! Muita maldade, cara! – um Arthur indignado jogou o bicho de pelúcia contra a porta, ouvindo a garota gargalhar lá dentro. – Vai ter troco!
- Você não seria cruel com uma mulher grávida, seria? – Lua abriu uma fresta da porta, suficiente para olhar o garoto e fazer um biquinho para ele.
- Se for a minha mulher... – respondeu com um sorriso malicioso e levantou da cama, andando em direção ao banheiro. – E tudo depende do tipo de crueldade...
- Pode dar o fora, se quiser que termine de me arrumar – Lu fechou a porta na cara do garoto, que somente riu.

- Posso fazer uma pergunta?
- Já fez – Arthur sorriu de lado para a garota sentada no banco do passageiro de seu carro. – Brincadeira. Pode fazer.
- Promete não ficar bravo por eu voltar nesse assunto? – Lua observava cada movimento que ele fazia ao dirigir pelas ruas movimentadas, cheias de pessoas em roupas curtas e coloridas, o garoto levantou as sobrancelhas e concordou com a cabeça. – O que a Sallie queria com você? Naquele dia... Ela atendeu seu celular...
- Ah, isso – Arthur sorriu sem jeito. – Sabia que você não ia esquecer... A resposta é bem simples: eu estava no pub do Paul, lembra dele? – a garota concordou, lembrando-se de um velho amigo de Arthur. – E ele é primo da Sallie... Acho que isso você não sabia – Lua apenas fez uma careta. – Então... Eu estava lá, tinha bebido um pouco... E a Sallie apareceu e quando você ligou, eu estava longe do celular... Eu sabia que se falasse com você, sairia correndo para te encontrar naquela festa, mas se fizesse isso, todo o meu plano de te dar espaço iria por água abaixo.
- Já comentei que não mereço você? – Lu disse simplesmente, decidida a ignorar o passado, fazendo Arthur rir. – É sério! Já estava preparada pra ficar na fossa, achando que você tinha tido uma recaída ou sei lá... Mas não você tem que ser todo fofo sempre!
- Esse sou eu... Todo lindo, charmoso, simpático e romântico – o garoto fez pose e piscou para a namorada, sem olhá-la realmente por estar dirigindo. – Fofo é muito gay.
- Fofo, fofo, fofo, fofo – Lua cantarolou, desanuviando o clima estranho que a pergunta que ela fez tinha criado.
- Provoca bastante, Blanco... Primeiro fica seminua na minha frente e indiretamente me chama de gay... Sua hora vai chegar – Arthur sorriu malicioso fazendo Lu rir ainda mais.


[N/A: Coloquem pra carregar e coloquem pra tocar quando aparecer a letra: no 4shared ou no youtube e se a música acabar antes, coloquem pra tocar de novo, ok? Prometo que vão gostar]

- A surpresa está no seu apartamento? – ela franziu a testa ao sair no estacionamento do prédio onde Arthur morava.
- Um terço dela – o garoto disse enigmático entrar no elevador de mãos dadas com a namorada. – E deixa de ser curiosa, já vai saber o que é.
- Posso tentar adivinhar?
- Não.
- Não posso nem te convencer a me contar?
- Não, estamos a alguns passos de lá – ele disse ao entrar em sua sala de estar perfeitamente arrumada, com todos os porta-retratos de volta a seus lugares. – Pronto, curiosa, chegamos.
- Hum acho que não tô mais tão curiosa assim – Lua disse baixo ao ficar frente a frente com o garoto, passou os braços em torno da cintura dele e apoiou a cabeça em seu peito.
- O que aconteceu, linda? – Arthur a apertou contra si, sentindo o agradável cheiro e calor que só ela tinha.
- Nada... Só senti saudade de ficar aqui... Na sua casa, com as suas coisas espalhadas... – ela escondeu o rosto no pescoço do garoto e respirou fundo, o fazendo se arrepiar. – Senti saudade de você.
- Bom saber – Arthur falou bem baixinho ao puxar o rosto dela em direção ao seu. – Me sentiria idiota se você não tivesse sentido minha falta tanto quanto eu senti a sua – deu um leve selinho nos lábios da garota e assim que ela os entreabriu Arthur fez com que suas línguas se encontrassem. O beijo era lento e romântico, o abraço era apertado e possessivo, o momento era perfeito e inesquecível.

- Eu amo você – Lua disse, sorrindo, ao abraçá-lo pelo pescoço, achando encantador o modo em que o rosto de Arthur pareceu se iluminar ao ouvi-la dizer isso, como se fosse uma novidade. Aquelas nove letras foram a chave para liberar o desejo que o garoto tentava controlar; ele segurou com firmeza a cintura da menina e a prensou contra a parede da sala, iniciando um beijo completamente diferente do anterior, esse era rápido e sensual, cheio de segundas intenções.
Arthur desceu as mãos pelas laterais do corpo de Lu, até chegar a seus quadris, pressionando mais ainda seu corpo contra o dela, provocando gemidos de ambos; ele passou a beijar o pescoço da garota com certa força, enquanto ela segurava seus cabelos e ofegava alto quando sentia leves mordidas entre os beijos; dando um leve impulso, Lu conseguiu entrelaçar suas pernas na cintura de Arthur, que entendeu o recado e começou a caminhar em direção ao quarto. A blusa dela ficou em algum lugar pelo caminho, assim como a camisa dele; num movimento habilidoso, Lua conseguiu desabotoar a calça de Arthur, fazendo-a ir de encontro ao chão instantaneamente, causando risos entre o beijo desesperado do casal.
Ao entrarem no quarto, a garota puxou os cabelos do namorado para que ele parasse de beijar seu pescoço.

– S-sua porta! – ela disse com a voz falha e ofegante – Está verde! – olhava encantadamente espantada o bonito tom em que a porta fora pintada.
- Primeira parte da surpresa – Arthur murmurou sorrindo e deitou a menina em sua cama, a ajudou a tirar a calça jeans antes de se deitar sobre ela.
Entre beijos cada vez mais intensos, o restante das roupas que usavam saíram de cena. Após alguns minutos de carinhos nada inocentes, o garoto disse algo incoerente, mas que Lua entendeu ser um aviso de que não conseguiria se segurar por mais tempo e assim que o acomodou entre suas pernas ouviu a voz preocupada dele em seu ouvido. – Você acha... Acha que isso pode machucar o bebê? – a garota sorriu, fez com que ele se afastasse minimamente de si, olhou em seus olhos muito brilhantes e deixou que seus lábios de encontrassem em um beijo estalado.

- Não vai machucar... – ela sussurrou, sentindo sua pele colar na de Arthur devido à temperatura elevada de seus corpos.
- Promete que se doer... Ou... Ou se sentir qualquer coisa, você vai me mandar parar – o garoto franziu a testa, fazendo uma expressão preocupada, enquanto a parte inferior de seu corpo pressionava a menina, denunciando que não queria mais esperar. Lua sorriu mais ainda ao ouvir isso e o puxou para um beijo, que logo foi interrompido por Arthur, que a olhou um pouco sério. – Promete, agora – a garota concordou levemente e murmurou “Prometo” contra os lábios dele...
E finalmente, eles se tornaram um só.



- Minha princesinha – Lua acordou algumas horas depois, ouvindo a voz de Arthur falar baixinho, ela não soube dizer com quem até sentir a mão dele acariciar sua barriga descoberta pelo lençol. – Sua mãe uma vez disse que queria um menino... Mas ela vai adorar ensinar todas essas coisas de mulherzinha pra você... Mas você terá que prometer pro papai que terá um gosto musical melhor que o da mamãe, ok? – a garota não conseguiu esconder o sorriso ao ouvi-lo dizer isso, segundos depois Arthur estava deitado ao seu lado a abraçando apertado. – Você estava ouvindo conversas alheias, Blanco?
You need a friend
Você precisa de um amigo
I'll be around
Estarei por perto
Don't let this end
Não deixe isso acabar
Before I see you again
Antes que eu a veja de novo
What can I say to convince you to change your mind of me? 
O que posso dizer pra te convencer a mudar de idéia sobre mim? 

- Eu? Até parece, Aguiar! – ela riu alto quando o garoto começou a fazer cócegas. – PARA!
- Só se você prometer parar de ouvir conversas particulares – ele também ria ao segurar os dois pulsos de Lua com apenas uma mão enquanto a outra ainda a torturava.
- Eu prometo! EU PROMETO! – ela ria escandalosamente, então Arthur finalmente parou e voltou a deitar. – Só um aviso, durante os próximos sete meses, certifique-se que eu esteja mesmo dormindo antes de contar segredos pra ela...
- Obrigado pela dica – ele beijou a bochecha da menina. – Então quer dizer que você também concorda que é uma menina!
- Eu não tenho preferência... Mas você parece estar certo de que seja uma garotinha, se for um menino e ele virar gay: não reclame – ela riu da careta que Arthur fez; os dois imaginaram como seria o bebê que se formava dentro de  Lua – Arthur... Como você...
- Como eu...? – ele a encorajou a continuar.
- Como você aceitou tudo isso? Tão rápido... Nós reatamos tão... Facilmente – a garota sentiu as bochechas esquentarem por Arthur observá-la atentamente enquanto falava.
- Facilmente? Lua! Nós estamos tentando ficar juntos há dois anos! – ele riu, passando as pontas dos dedos pelas costas nuas de sua menina. – E eu aceitei tão rápido... Porque sabia que eu aceitava, ou te perderia... E a segunda opção, eu percebi que está fora de questão – Arthur sentou-se na cama ao ver Lua fazer o mesmo e vestir sua camiseta.
I'm going to love you more than anyone
Eu vou te amar mais do que ninguém
I'm going to hold you closer than before
Eu vou te abraçar mais forte do que antes
And when I kiss your soul, your body'll be free
E quando beijar sua alma, seu corpo se libertará
I'll be free for you anytime
Estarei disponível pra você a qualquer momento
I'm going to love you more than anyone
Eu vou te amar mais do que ninguém

- Você é tão novo pra se prender assim... – ela disse calmamente, já havia ensaiado como falaria isso a ele. – Sabe que não precisa ficar comigo só pelo bebê, certo?
- Vou ignorar o que você disse – o garoto levantou da cama e vestiu sua boxer. – Na minha cabeça... No meu coração, Lua, eu já sou pai.
- Arthur... – ela suspirou ao ficar de pé e abraçá-lo pela cintura.
- Fica quieta e aceite que nosso bebê tem os pais mais gostosos e estilosos de Londres.
- De toda a Londres? – Lua riu.
- É... Londres é pouco... Do Reino Unido... Não! Do mundo todo! – o próprio Arthur ria das idiotices que falava. – Nossa! Você e toda a sua gostosura e estilo, quase me fizeram esquecer o motivo de ter te trazido até aqui.
- As outras duas partes da minha surpresa! – Lu olhou sorridente a linda porta verde do quarto do namorado.
Look in my eyes, what do you see?
Olhe no meus olhos, o que você vê?
Not just the color
Não só a cor
Look inside of me
Olhe dentro de mim
Tell me all you need and I will try
Diga-me tudo o que precisar e eu tentarei
I will try
Eu tentarei

- Aqui está o segundo terço do presente – ele tirou uma caixa preta com um enorme laço azul de dentro do armário e entregou á garota. Ela abriu rapidamente, sorrindo feito criança, mas logo seu sorriso murchou ao achar um porta-retratos...
- Vazio? – ela indagou confusa. Olhando a larga moldura branca do objeto, porém sem foto alguma nele.
- A foto está junto com a terceira e última parte do presente – Arthur sorriu enigmático pela segunda vez no dia. – Anda, se veste.
- Onde está a última parte? – Lua recolhia suas roupas pelo chão do quarto, vendo o garoto fazer o mesmo.
- Na casa da minha mãe.I'm going to love you more than anyone
Eu vou te amar mais do que ninguém
I'm going to hold you closer than before
Eu vou te abraçar mais forte do que antes
And when I kiss your soul, your body'll be free
E quando beijar sua alma, seu corpo se libertará
I'll be free for you anytime
Estarei disponível pra você a qualquer momento
I'm going to love you more than anyone
Eu vou te amar mais do que ninguém
I'm going to love you more than anyone
Eu vou te amar mais do que ninguém

- Eu... Isso... Arthur! – Lua sorriu completamente encantada, olhando seu presente e então seu namorado.
- Eu amo você... Amo também tudo o que vem de você – ele sorriu de um jeito fofo e abraçou a garota por trás, fazendo carinho na levemente saliente barriga da garota. Ambos observando a última parte da surpresa de Arthur. – E você não seria você sem a sua porta – beijou o topo da cabeça de Lu, enquanto ela lia as inscrições feitas em sua linda portavermelha:
“Nesse momento há 6 bilhões, 470 milhões, 818 mil, 671 pessoas no mundo. Algumas estão fugindo assustadas. Algumas estão voltando pra casa. Algumas dizem mentiras para suportar o dia. Outras estão somente agora enfrentando a verdade. Alguns são maus indo contra o bem e alguns são bons lutando contra o mal. Seis bilhões de pessoas no mundo, seis bilhões de almas… 
E, às vezes, tudo que nós precisamos é de apenas uma!”
FIM

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