Addicted - 34° Capitulo
'Hey!' Falei abrindo a porta e encontrando Arthur sorrindo com uma mochila nas costas. Depois de mais de três semanas desde o jantar, ele voltaria pra casa.
'Paaaaai!' Diego correu e abraçou as pernas de Arthur que o carregou.
'Entra!' Falei apontando pra dentro do apartamento. Ele sentou no sofá com Diego no colo e eu fiquei em pé os observando. 'A Kat tá chegando pra ficar com o Diego.' Falei e ele desviou a atenção pra mim e sorriu. Era aniversário de Mel, namorada do Chay, então íamos para a casa dela que ficava a uns dois quarteirões do nosso apartamento.
'Vou botar a mochila lá dentro.' Ele falou se levantando.
'O quarto tá arrumado.' Sorri fraco e ele concordou sumindo no corredor. Diego foi atrás dele com um sorriso maior que o próprio rosto.
Pouco menos de uma hora depois saímos de casa. Decidimos ir a pé já que era tão perto. Caminhávamos lado a lado, mas sem nos tocar, na verdade estávamos um pouco separados graças à calçada que era espaçosa. Dois homens passaram me olhando e eu abaixei a cabeça sem graça, segundos depois senti a mão de Arthur segurar a minha e ele entrelaçar nossos dedos.
'Se a gente continuar andando assim, só vamos chegar amanhã!' Ele falou se apressando e me puxando junto.
'Preferia ter vindo de carro.' Dei de ombros caminhando mais rápido e já sentindo meu coração acelerar, eu realmente precisava começar a fazer exercícios físicos.
'Preguiçosa!' Arthur riu e eu dei língua.
'Ah não, chuva não!' Falei olhando pro céu e sentindo alguns pingos. 'Odeio esse tempo completamente instável.' Bufei.
'Preparada pra correr?' Arthur perguntou rindo enquanto a chuva começava a realmente cair e eu gemi. 'Um, dois, três!' Ele contou e saiu me puxando e eu não sabia se ria ou se corria.
'Arthur, eu vou cair!' Falei rindo enquanto ele continuava segurando minha mão e correndo.
'A casa é ali na frente!' Olhei pra frente e vi a casa de Mel a alguns metros.
'Corre, então!' Falei passando na frente dele e ele riu me alcançando. 'Ufa, chegamos!' Falei quando paramos em frente à porta que já era coberta. 'Meu cabelo deve tá horrível!' Reclamei passando a mão por meu cabelo molhado. Nem moletom eu tinha levado já que quando sai de casa o tempo estava bom.
'O meu tá ótimo!' Arthur falou passando a mão pelo cabelo e jogando água em mim. O olhei com a sobrancelha arqueada e ele riu beijando minha bochecha. Na verdade eu acho que conseguia contar nos dedos quantas vezes a gente tinha realmente se beijado desde o jantar. Arthur agora era completamente cuidadoso, ele sabia que um passo em falso estragaria tudo novamente.
Toquei a campanhia da casa e Chay abriu a porta sorridente.
'Casal!' Ele abriu mais a porta dando espaço para que entrássemos.
'Chayziinho! Cadê a aniversariante?' Falei beijando sua bochecha.
'Tá lá no jardim dos fundos, todo mundo tá lá!' Ele apontou pra fora da casa. Chay deu uns tapinhas nas costas de Arthur e depois fomos pro jardim dos fundos.
'Amiiiiiga!' Pulei nas costas de Mel completamente molhada.
'Lua, sua vaca, você tá molhada! Saaaai!' Ela gritou rindo e eu quase caí de bunda no chão.
'Parabéns!' A abracei normalmente. 'Você tá tão velha, Mel!' Comentei rindo e ela me deu uns tapinhas no braço.
Depois eu e Arthur fomos falar com todo mundo que estava por ali, já não agüentava mais dar beijinhos e abraços, fazer a social não é pra mim!
Sentamos na mesa em que os meninos estavam, incluindo James. Não sei quem aparentava estar mais sem graça, eu ou ele. James certamente já sabia de toda minha história com Arthur, e agora mal olhava pra minha cara.
Ficamos praticamente o tempo todo sentados conversando sobre todos os assuntos possíveis, de musica até política. Os meninos faziam imitações bizarras e todo mundo ria sem conseguir parar. Pedro tinha ido com alguma nova garota que ele estava ficando, e os meninos conseguiam deixa-la completamente sem graça falando sobre a fama do Pedro de pegador. Provavelmente depois daquela festa a menina nunca mais olharia na cara dele.
Me levantei quando minha bexiga já estava começando a implorar e Arthur me olhou.
'Já volto.' Dei um selinho rápido nele que concordou sorrindo.
Fui até o banheiro que ficava mais perto e quando estava saindo James estava ali.
'Erm... oi.' Falei completamente sem graça.
'Hey, Lu!' Ele sorriu. Nos enrolamos um pouco já que o banheiro ficava em uma entrada um pouco apertada, quando finalmente conseguimos e eu estava voltando pro jardim ele me chamou.
'Eu só queria erm... queria pedir desculpas por todo aquele lance.' Ele passou a mão pelo cabelo desajeitadamente. 'Eu não sabia sobre você e o Aguiar!' Ele sorriu sem graça.
'Ah, sem problemas, James. E desculpa também... qualquer coisa.' Senti meu rosto enrubescer. Ele sorriu e entrou no banheiro. Respirei fundo e voltei calmamente para a mesa do lado de fora da casa.
'Ai, to cansada!' Mel comentou sentando no sofá ao lado de Chay. Já era tarde da noite, e só estavam na casa os meninos da banda e as garotas, até James e os outros amigos já tinham ido embora.
'Vamos assistir filme!' Sophia falou animada se levantando e indo até a estante de dvd's.
'Eu escolho!' Micael falou se levantando também.
'Ah, nem vem! Eu sou namorado da aniversariante, eu escolho!' Chay também se juntou aos dois e eu rolei os olhos dando risada.
'Tartarugas Ninjas!' Arthur gritou, mas eu tapei sua boca.
'Nããão! Qualquer um, menos as malditas tartarugas, não agüento mais!' Arthur tirou minha mão da sua boca e começou a fazer cócegas em minha cintura. 'SAAAAI! Eu vou morrer, Arthur!' Foi a única coisa que eu consegui falar no meio da crise de risos. As pessoas na sala nem prestavam atenção na gente, todos estavam mais preocupados em escolher o filme. 'Sai, seu idiota!' Falei enxugando as lágrimas quando ele parou com as cócegas.
'Você me estapeou.' Ele passou a mão pelo braço que estava cheio de marcas vermelhas dos meus tapas.
'Você mereceu!' Dei de ombros sorrindo e ele me deu um pedala fraco antes de me puxar pela cintura fazendo com que eu ficasse no meio das pernas dele.
'HÁ! STAR WARS!!' Chay gritou segurando o dvd e correndo até o aparelho para colocá-lo. Sophia voltou apara o sofá emburrada enquanto Micael e Chay davam risada.
Eu e Arthur, Pedro e Raya, a ficante dele, estávamos sentados no chão, enquanto os outros dois casais estavam no sofá. Me recostei no peito de Arthur enquanto ele me abraçava pela cintura.
No começo do filme todos estavam concentrados, até Pedro começar a se pegar com a garota e os outros dois casais resolverem fazer o mesmo. Olhei pra Arthur prendendo o riso já que a única coisa se ouvia era o barulho irritante de beijos que os casais nem faziam questão de disfarçar.
'Hora de ir pra casa?' Arthur perguntou baixo.
'Hora de ir pra casa!' Concordei sorrindo. Nos levantamos e ninguém nem pareceu notar, quando estávamos na porta Arthur resolveu falar.
'A gente tá indo, ok? Não que alguém esteja realmente interessado nisso. Tchau!' Ele bateu a porta e eu comecei a rir. 'Espero que não comece a chover!' Ele falou olhando pro céu enquanto fazíamos o caminho de volta pra casa.
'Argh... vira essa boca pra lá! Sem chance!' Mesmo o céu estando limpo sem qualquer indicio de chuva eu apressei o passo, até porque as ruas estavam vazias e a única iluminação era a dos postes.
Caminhávamos em silêncio pelas ruas vazias, já estávamos perto de casa quando eu olhei para trás discretamente e vi que um pouco mais atrás de nós haviam dois caras que caminhavam silenciosamente. Senti um frio percorrer minha espinha e comecei a caminhar ainda mais rápido, Arthur também percebeu já que fez o mesmo que eu. Os dois homens pareciam que nunca se distanciavam, cada vez que nos apressávamos eles faziam o mesmo, o mais silenciosamente possível.
'Arthur, eu to com medo.' Falei baixo apertando a mão dele.
'Shh.' Ele sussurrou e passou o braço por minha cintura me apertando contra o corpo dele. 'Fica calma.' Ele pediu ainda baixo.
Minha respiração começou a ficar falha e minhas pernas pareciam que nem obedeciam mais aos meus comandos, eu queria sair correndo dali, mas sabia que isso só pioraria.
'O casal tá com pressa?' Um homem falou de repente e só então eu notei que eles estavam apenas a alguns passos de distancia. Arthur o olhou de relance e apertou ainda mais minha cintura sem dizer nenhuma palavra e continuou andando. Quando estávamos passando em frente a um pequeno beco no meio de dois prédios eu senti alguma coisa fria em meu pescoço.
'Calminha aí playboyzinho, senão a garota aqui já era.' Uma outra voz falou num tom ameaçador e Arthur parou bruscamente ainda sem me soltar. 'Isso, agora os dois aqui pra dentro desse beco.' Ele empurrou Arthur que me puxou junto e quase caímos no pequeno espaço escuro.
'Os dois, encostem aí na parede.' O que aparentava ser mais velho falou e nós o obedecemos. Eu tremia completamente e me sentia incapaz até de chorar.
Olhei pro rosto de Arthur que aparentava uma certa tranqüilidade, mas eu sabia que por dentro ele devia estar igual a mim. Ele não retribuiu o olhar, mas puxou minha mão e me fez ficar colada nele.
'Playboy, você vem aqui.' O cara apontou a parede ao lado dele e só então eu vi que havia uma arma em sua mão. 'Vem caminhando devagar, qualquer movimento a mais a gatinha ali sofre as conseqüências.' Ele falou sorrindo e eu apertei a mão de Arthur impedindo ele de se afastar.
'Fica calma, Lu, por favor.' Ele pediu baixo e soltou minha mão caminhando até onde o homem estava.
'Tira a carteira, celular, iPod, qualquer coisa que tiver aí nos bolsos e passa pra cá.' Ele falou quando Arthur se aproximou.
Depois ele começou a falar mais baixo e eu não consegui entender. Quando olhei pro lado percebi que o outro assaltante me olhava com um sorriso malicioso no rosto. Ele começou a se aproximar e eu fui lentamente tentando me afastar, quando ele deu um passo maior, inconscientemente eu fiz a mesma coisa, então ele me puxou pelo braço com força. Ao invés de gritar a única coisa que saiu de minha boca foi um gemido ao perceber o corpo dele perto do meu.
'Hey, fica longe dela!' Arthur gritou, mas o assaltante que estava com ele segurou seus braços e apontou a arma em seu pescoço.
'Calminha aí, cara! A gente não vai machucar aquela gracinha não.' Ele falou rindo e o que estava me segurando concordou.
'Ae, Rufus! Acho que o playboy não vai se importar de dividir um pouco a namoradinha dele comigo, né?' As mãos dele foram até minha cintura e eu me encolhi grudada na parede atrás de mim.
'Solta ela!' Arthur tentou se desvencilhar do assaltante, mas ele era realmente forte e o prensou contra a parede com a arma em seu rosto.
Eu queria gritar, pedir pra Arthur não tentar nada perigoso, mas nada saia da minha garganta, eu apenas sentia as lágrimas em meus olhos enquanto observava Arthur me olhar com desespero e tentava ao máximo me encolher evitando as mãos do assaltante.
'Iai, linda. Aposto que esse seu namoradinho não tá com nada. Você precisa aprender algumas coisas com um homem de verdade.' O olhei rápido e depois desviei o olhar pro chão. Senti uma mão dele começar a se movimentar e a outra ele segurou em meu cabelo puxando um pouco. Ele aproximou o rosto do meu pescoço e sorriu. 'Cheirosinha, do jeito que eu gosto.' Seu sorriso sarcástico aumentou.
'Solta ela, seu desgraçado!' Mais uma vez Arthur tentou se soltar, antes que eu pudesse tentar fazer alguma coisa o assaltante deu um soco em seu estomago e ele se encolheu.
'Arthur!' Gritei desesperada levando a mão à boca. Senti uma pontada na cabeça quando meu cabelo foi puxado com mais força.
'Shh, quietinha! Não esquece do que eu tenho aqui.' Senti alguma coisa fria em meu braço e nem precisei olhar pra saber que era uma arma.
'Deixa ela ir embora, eu dou quanto dinheiro vocês precisarem.' Ouvi a voz de Arthur e o olhei balançando a cabeça.
'Não.' Falei alto e os dois assaltantes riram.
'Parece que temos um casal apaixonadinho aqui, Bob!' O tal Rufus falou sem parar de rir.
'Ae playboy, olha só o que eu faço com a sua garota.' Bob falou e começou a abrir minha camisa que era de botão.
'Não encosta suas mãos sujas nela, seu canalha!' Eu nunca tinha ouvido a voz de Arthur com tanta raiva. Ele conseguiu se desvencilhar rápido de Rufus, mas antes de chegar até mim ele levou uma rasteira. Quando ele caiu no chão, o assaltante lhe deu um chute em seu estomago.
'Não'. Gemi me encolhendo. Eu conseguia sentir a dor de Arthur, eu sentia como se o chute tivesse sido em mim. 'Deixa ele em paz, por favor.' Falei chorando com a mão na boca.
'Isso é pra aprender a não querer dar uma de herói, pirralho.' Rufus deu outro chute, dessa vez no braço de Arthur.
O barulho de uma sirene de policia chegou até nós e os dois se olharam amedrontados.
'Ferrou, cara!' Rufus falou e olhou o beco sem saída. A sirene ficava cada vez mais próxima, eu e Arthur apenas observávamos o desespero dos dois. 'Vamos ter que arriscar, se prepara pra correr!' Ele falou e saiu correndo pra fora do beco, Bob fez o mesmo. Olhei pro final do beco e logo depois que eles sumiram da minha vista um carro da policia passou na maior velocidade, antes que eu piscasse apareceram mais duas viaturas, uma delas parou e a outra também foi atrás dos assaltantes.
'Lu!' Arthur gritou se levantando com dificuldade e só então eu consegui focalizar minha visão novamente. 'Lu!' Ele me abraçou com força e me puxou pra cima, eu estava escorregando pela parede sem nem sentir. Minha respiração estava pesada e eu ainda tentava trazer minha mente de volta pra realidade. 'Fala alguma coisa.' Ele segurou meu rosto me fazendo olhar em seus olhos.
Tentei emitir algum som, mas a única coisa que fiz foi mexer a cabeça. Ouvi umas vozes no fundo e barulhos de pneu cantando. Alguns policiais se aproximavam rapidamente.
'Lua, diz que você tá me ouvindo, pelo amor de Deus!' A voz de Arthur era alta e desesperada. Abri a boca, mas novamente não consegui falar nada. Ele mais uma vez me puxou pra cima me fazendo perceber que eu continuava escorregando como se não tivesse força nenhuma nas pernas. 'Não faz isso comigo, meu amor.' A voz chorosa dele pareceu um pouco distante. 'Ajuda aqui, por favor!' Arthur falou provavelmente para os policiais, a única coisa que eu ouvi foi o barulho de passos apressados, quando tentei ver os policiais se aproximando tudo ficou escuro.
Continua...
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