Os minutos se passaram sem que a gente trocasse nenhuma palavra ou nos
aproximássemos novamente. Eu já nem conseguia prestar atenção no filme,
tamanha era a raiva que estava sentindo. Ok, talvez nem fosse raiva,
apenas culpa por ter sido um pouco grossa demais com Arthur.
O filme acabou e ele se levantou rápido e saiu do cinema me deixando lá com cara de pateta.
‘Aconteceu alguma coisa?’ Sophia perguntou preocupada e eu balancei a cabeça negando.
‘Besteira.’ Sorri fraco e ela concordou. Quando saímos do cinema Arthur
estava sentado em um banco com o olhar perdido. O observei por alguns
segundos e o peso em minha consciência se multiplicou.
‘Lu, eu vou voltar com o Pedro, ok?’ Vicky atraiu minha atenção e eu balancei a cabeça concordando.
‘Tem certeza que foi besteira?’ Soph parou ao meu lado também olhando
para Arthur que agora conversava com Micael sentado ao seu lado.
‘Acho que peguei um pouco pesado com ele.’ Mordi meu lábio inferior e Sophia riu. ‘Não ri, boba, é sério!’ A olhei derrotada.
‘Ai coitado Lu, o menino só queria atenção?’ Ela me deu um tapinha no braço e eu a olhei boquiaberta.
‘Você ouviu?’ Perguntei confusa. ‘Achei que estivéssemos falando baixo.’ Dei de ombros.
‘E estavam, mas eu ouvi uma parte da conversa sem querer!’ Ela sorriu
marota e eu fiquei um pouco sem graça. ‘Vai lá e pede desculpa besta!’
Ela apontou o local onde os meninos conversavam.
‘Ná, o Arthur não é fácil assim.’ Balancei minha cabeça.
‘Então pensa em alguma coisa, rápido porque eles estão vindo pra cá.’
Ela sorriu quando Micael chegou perto dela e pegou sua mão.
‘Vamos?’ Ele sorriu e nós três concordamos balançando a cabeça.
Pedro , Vicky, Chay e Ash já tinham ido embora. Micael e Soph foram na
frente de mãos dadas enquanto eu e Arthur caminhávamos mais atrás.
Tentei me aproximar dele e pegar em sua mão, mas acho que ele percebeu
já que as colocou no bolso e continuou andando sem nem olhar pra mim.
Suspirei pensando em algum jeito de me redimir, mas acabei deixando pra
pensar nisso depois quando percebi que estava ficando pra trás.
Entramos no carro em completo silêncio, e assim seguimos durante todo o
caminho até em casa. Tentei arranjar algum assunto que o interessasse,
mas nenhum me veio em mente. O peso em minha consciência só fazia
aumentar cada vez que eu olhava pra cara emburrada de Arthur.
Subimos o elevador em um silêncio assustador que não melhorou em nada
quando entramos em casa. Arthur seguiu direto para o quarto e eu fui até
o quarto de Diego. O observei dormir tranquilamente e beijei sua testa.
Segui para o quarto e encontrei Arthur de boxer guardando alguma coisa
no armário. Sorri comigo mesma tendo uma idéia, era a única forma de
tentar consertar as coisas.
Me aproximei dele e o abracei pela cintura beijando suas costas.
‘Desculpa.’ Falei baixo distribuindo beijinhos por suas costas. Ele
suspirou tirando meus braços de sua cintura e entrou no banheiro sem
falar nada.
Bufei xingando-o mentalmente e fiquei algum tempo pensando em alguma
outra forma mais eficiente de pedir desculpas. Peguei uma blusa qualquer
de Arthur no armário e a vesti, deitei na cama e fiquei fitando o teto
até Arthur sair do banheiro.
Ele deitou na cama e virou-se de costas pra mim, levantei e fui até o
banheiro batendo o pé. Fiquei algum tempo encarando minha imagem no
espelho e me torturando mentalmente por ser tão estúpida. Saí de lá
minutos depois, apaguei a luz e deitei na cama ao lado de Arthur.
Fiquei fitando o teto por minutos e mais minutos, Arthur também não
tinha dormido ainda, toda hora ele se mexia um pouco e eu ia ficando
mais agoniada. Me virei pra ele e passei as unhas levemente por suas
costas, percebi que ele se arrepiou e sorri comigo mesma. Comecei
novamente a beijar suas costas e fui subindo os beijos, passei meu nariz
por seu pescoço, ele encolheu os ombros, mas não se moveu.
‘Eu quero dormir.’ Ele resmungou com a voz fraca e eu ri baixinho.
‘Eu não.’ Falei baixo no ouvido dele. ‘Me desculpa?’ Pedi beijando seu ouvido e ele soltou um gemido baixo.
‘Não.’ Ele respondeu simplesmente e eu arranhei sua costas com um pouco mais de força.
‘Tem certeza?’ Fiz uma voz sexy e tive que me controlar pra não rir. Ser sexy definitivamente não é comigo.
‘É só as desculpas que você quer?’ Arthur perguntou virando-se de frente pra mim.
‘Não.’ Sorri marota e ele me puxou pela cintura grudando nossas corpos e nossas bocas.
Suas mãos passaram rapidamente por dentro da minha blusa e segundos
depois ela já estava jogada no chão. As mãos de Arthur corriam livres
por meu corpo e eu sentia arrepios por cada lugar que elas passavam.
‘Tô desculpada?’ Perguntei ofegante separando nossas bocas. Ele balançou
a cabeça concordando e começou a beijar meu pescoço com força.
Não foi preciso mais do que alguns minutos para que nossas roupas já estivessem todas no chão e nós dois suando ofegantes.
‘Desculpa.’ Falei baixo depois que Arthur caiu ao meu lado com a respiração descompassada.
‘Eu já te desculpei, pequena.’ Ele sorriu carinhosamente e botou uma mecha do meu cabelo atrás da orelha.
‘Mas eu fui uma idiota.’ Fiz uma voz infantil e ele riu baixo.
‘Foi mesmo. Mas eu que comecei a te encher, agora esquece isso.’ Ele me
abraçou e eu sorri boba. ‘Boa noite.’ Ele beijou minha testa e eu deitei
a cabeça em seu ombro e fiquei acariciando seu peito nu até adormecer.
Continua.....
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