‘Yo Leke!’ Atendi o celular sorrindo quando vi o nome da Sophia no visor.
‘Que é isso, Lua? Tá virando mano agora?’ Ela riu escandalosamente e eu
tive que controlar o riso já que estava no meio do horário de trabalho.
‘Fala logo o que você quer pentelha, se a Margot–vivo–na–TPM me pegar
falando no celular eu certamente serei chutada desse estágio.’ Fiz uma
careta lembrando da minha chefe insuportável e com cara de coruja seca.
‘Ok, só liguei pra saber se você e o Aguiar aceitam ir ao cinema hoje à
noite, programa de casal! Eu e o Micael, você e o Arthur, Mel e Chay e
bem... acho que o Pedro não vai querer segurar vela, né?’ Ela fez uma
voz mais desanimada.
‘Ahn, pobre Pedro. Isso que dá querer ficar com a vida de pegador.’ Ri
baixo e de repente lembrei de uma pessoa! ‘NÃO!’ Gritei sem querer e
algumas pessoas a minha volta me olharam estranho, me afundei na cadeira
e sorri pedindo desculpas. ‘Soph, liga pro Pedro, fala pra ele ir! Já
sei exatamente quem pode ajudá-lo!’ Sorri comigo mesma achando minha
idéia genial.
‘O quê? Me conta!!’ Soph falou animada, mas eu a cortei.
‘Nãnão! Liga pro Pedro e o obriga a ir, o resto deixa comigo! Te amo,
cachorra!’ Desliguei o telefone imaginando os nomes feios que Soph deve
ter me xingado.
Quando saí do elevador, no hall de entrada do apartamento já consegui
ouvir as risadas de Diego dentro de casa. Sorri comigo mesma pensando na
bagunça que ele e Arthur estavam aprontando e entrei em casa.
‘Mããe!’ Diego correu até mim e abraçou minhas pernas com um sorriso sapeca no rosto.
‘Hey, filhote!’ O carreguei beijando sua bochecha e ele apontou pro chão
onde Arthur estava sentado nos olhando com um sorriso. ‘O que é que
vocês dois estão aprontando aí?’ Me aproximei de onde Arthur estava e vi
massinhas coloridas espalhadas por uma toalha, se eu encontrasse
massinha grudada no carpete da sala eu realmente não me
responsabilizaria pelos meus atos.
‘Massinha.’ Diego falou pegando um pouco da massa vermelha e eu ri sentando ao lado de Arthur.
‘Coloquei a toalha pra não fazer sujeira. Eu sei que você não me
perdoaria se eu melecasse seu carpete.’ Ele zoou imitando minha voz e eu
lhe dei um pedala.
‘Ainda bem que você sabe mesmo.’ Dei de ombros e sorri. ‘A Soph me ligou
hoje mais cedo chamando pra gente ir ao cinema.’ Falei observando Diego
brincar.
‘Hum.’ Ele falou simplesmente sem desviar o olhar da tv. Bufei e
levantei do chão indo pro quarto. Se ele não queria ir, eu iria sozinha.
Tudo bem que eu ia segurar vela, mas quem se importa?!!
Peguei a toalha e entrei no banheiro frustrada com a reação de Arthur.
Tomei um banho quente escolhendo mentalmente uma roupa para ir e minutos
depois saí do banheiro enrolada na toalha.
Quando estava pegando minha roupa no armário Arthur entrou no quarto.
‘Vai sozinha?’ Ele perguntou irônico e eu contei até dez antes de responder.
‘Vou.’ Falei seca e irritada por não achar a blusa que eu queria.
‘E se eu não deixar?’ Ele se aproximou fazendo uma voz um tanto quanto
sexy. Desculpa Arthur, mas esse seu joguinho não cola comigo. Mentira,
cola e muito, mas eu não ia facilitar as coisas pra ele.
‘Você não manda em mim!’ Sorri falsamente e voltei minha atenção para o armário procurando a maldita blusa.
‘Você acha...’ Ele começou falando e beijando meu ombro. ‘Que eu vou
deixar...’ Ele foi subindo os beijos por meu pescoço. ‘Você ir sozinha
num cinema... cheio de marmanjos?’ Ele completou a frase dando um beijou
em minha orelha. Minha situação não era das melhores. Pernas bambas;
ok, respiração falha; ok, coração acelerado; ok.
‘Já disse que você não manda em mim.’ Falei pausadamente tentando manter
a calma. ‘E nem adianta vir com esse joguinho, você não vai me
comprar!’ Falei rápido e dei de ombros.
‘Não quero te comprar.’ Ele falou no meu ouvido abraçando minha cintura,
haja auto controle! ‘Eu não ia perder a chance de te agarrar no
escurinho do cinema, Lua.’ Ele falou pausadamente e com a voz
extremamente sexy. Me virei pra ele com a sobrancelha levantada e ele
sorriu maroto.
‘Arthur, eu vou ao cinema pra ver o filme.’ Sorri com as mão na cintura e ele soltou uma risadinha abafada.
‘Quando a gente chegar lá eu te convenço que a minha idéia é melhor.’
Ele piscou, me de um selinho rápido e entrou no banheiro. Bufei
frustrada e voltei a minha procura pela blusa dentro do armário.
‘Eu ainda não entendi porque a gente tem que pegar a Vicky!’ Arthur
falou pela milésima vez enquanto estávamos no carro esperando Vicky sair
de casa.
‘Arthur, pensa bem. Nós somos 3 casais, certo?’ Falei devagar e ele
concordou. ‘Mas a sua banda é formada por 4 garotos, correto?’ Ele
concordou novamente. ‘Acho que você não ia querer deixar seu caro amigo
Pedro de vela, ia?’ Levantei a sobrancelha sugestiva e ele abriu a boca
parecendo ter entendido.
‘Lu, você é uma gênia!’ Ele sorriu pra mim e eu fiz uma cara convencida.
‘Hey, Vicky!’ Sorri observando a prima de Arthur entrar no carro sorridente.
‘Boa noite, casal!’ Ela falou animada e logo depois engatamos uma
conversa animada sobre o Pedro. Arthur apenas ouvia tudo calado e de vez
em quando ria zoando o amigo.
Quando chegamos ao shopping caminhamos apressados até o cinema, já estávamos atrasados.
‘Casal atrasadinho!’ Soph falou irônica e eu rolei os olhos rindo. ‘Hey, Vicky!’ Ela falou me olhando sem entender.
‘Cadê o Pedro?’ Perguntei animada e Vicky sorriu.
‘Tá comprando pipoca!’ Micael apontou para um garoto de costas na fila
da pipoca. Olhei pra Vicky e ela piscou pra mim indo em direção ao
Pedro.
‘Acho que entendi tudo.’ Sophia sorriu pra mim e eu confirmei com a
cabeça. ‘Bom, vamos entrar que daqui a pouco o filme começa. Chay e Ash
já estão lá dentro.’ Ela puxou Micael pela mão e Arthur fez o mesmo
comigo.
‘Cara, eu não acredito que vocês vão me fazer assistir Juno!’ Micael reclamou enquanto nos acomodávamos nas cadeiras.
‘Cala boca, Micael! Esse filme é ótimo, vocês vão amar!’ Sophia deu um tapinha em seu braço e riu.
‘Concordo com o Micael, esse filme é de mulherzinha!’ Arthur fez careta.
‘Cala boca você também, Arthur!’ Falei séria, mas logo depois eu e Soph
caímos na risada. Os dois se entreolharam balançando a cabeça e nós duas
entramos em um papo animado sobre o que tínhamos ouvido falar sobre o
filme. ‘Eu sou um ótimo cupido!’ Sorri observando Vicky e Pedro entrarem
no cinema de mãos dadas.
‘Lu, você é uma gênia!’ Soph repetiu a frase de Arthur e eu sorri.
‘Shh, o filme vai começar.’ Ash nos olhou feio se pronunciando pela primeira vez e a gente riu baixinho.
Continua......
Capitulo 42
Arthur brincava com meus dedos e parecia estar muito mais interessado
nisso do que no filme, o observei de canto de olho e sorri comigo mesma
reparando na cara de tédio que ele fazia.
‘Veio porque quis, eu disse que vinha sozinha.’ Falei baixo perto dele, sem desviar minha atenção da tela do cinema.
‘Não tô reclamando, tô?’ Ele perguntou um pouco emburrado e eu dei de ombros.
‘Nem precisa.’ O olhei rápido e sorri sarcasticamente.
‘Já te disse que preferia aproveitar esse escurinho aqui pra outras
coisas, mas você tá quase entrando na tela.’ Ele fez uma voz infantil e
eu o olhei com vontade de aperta-lo.
‘Larga de ser chato, Arthur Aguiar.’ Apertei a bochecha dele que fez
careta. ‘Você tá perdendo um ótimo filme.’ Dei língua e voltei minha
atenção para a tela.
Não demorou muito e Arthur mais uma vez desviou minha atenção do filme,
senti ele dar beijinhos em meu ombro descoberto e depois ir subindo por
meu pescoço. Respirei tentando manter a calma e o empurrei levemente com
o braço. Ele soltou uma risadinha abafada e eu rolei os olhos sem que
ele visse. Achei que depois do empurrão ele realmente entenderia que eu
estava ali pra ver o filme, mas esqueci que Arthur não se dá por vencido
assim tão fácil.
Mais uma vez senti seus lábios quentes em meu pescoço e encolhi os
ombros sentindo um arrepio passar por todo meu corpo. Por que ele não
podia simplesmente prestar atenção no filme como todos estavam fazendo?
Ok, menos a Vicky e o Pedro que estavam se pegando desde que o filme
começou. Os lábios dele chegaram em meu ouvido e eu fechei os olhos
tentando não deixar meu auto controle escapar.
‘Pára de fingir que esse filme é mais interessante do que eu.’ Ele
sussurrou e eu já nem conseguia entender o que os personagens do filme
falavam. Sua mão estava parada em minha coxa apenas esperando algum
sinal meu pra entrar em ação, eu não cederia assim tão fácil.
Ele continuava dando pequenas mordidas em meu pescoço e eu simplesmente
fingia que não sentia nada com tudo aquilo, não que ele realmente
acreditasse que eu não sentia nada, infelizmente ele sabe o efeito que
tem sobre mim.
‘Eu quero ver o filme.’ Finalmente consegui falar e minha voz saiu
fraca. Ele apenas sussurrou um "uhum" e continuou beijando meu pescoço,
deixando algumas marcas por ali. Pensei em empurrá-lo novamente, mas
isso não adiantaria.
‘Você não vai mesmo ceder?’ Ele sussurrou depois de um tempo e eu engoli
seco. Minha vontade de corresponder aos beijos dele já estava começando
a ficar fora do meu controle. Respirei fundo e balancei calmamente a
cabeça negando. ‘Sério?’ Ele parou de me beijar e me olhou com a
sobrancelha arqueada. Eu o olhei séria e pensei durante alguns segundos.
‘Não.’ Falei rápido e o puxei pela nuca grudando nossos lábios. Me
xinguei mentalmente por ser tão fraca, mas meus pensamentos se esvaíram
quando senti a língua de Arthur encontrar com a minha e sua mão apertar
minha cintura me puxando mais pra perto.
Por alguns segundos me desliguei de tudo a minha volta, quase esqueci
que estávamos em um cinema, mas a mão de Arthur entrando por debaixo da
minha blusa me puxou de volta a realidade e eu puxei seu cabelo
separando nossas bocas.
‘Agora me deixa assistir o filme!’ Sorri com a cara assustada que ele
fazia e me endireitei na cadeira voltando minha atenção para o filme.
‘Mas agora você já perdeu uma parte dele e não vai entender o resto.’
Ele falou pausadamente com a boca grudada em meu ouvido e eu confesso
que minha vontade de socá-lo quase ultrapassou a vontade de beijá-lo.
‘Ainda assim eu quero tentar entender.’ Dei de ombros e ele fez bico.
‘Ah, vai Lu! Você não tem pena de mim não?’ Ele fez novamente a voz infantil e eu bufei já começando a perder a paciência.
‘Arthur, pára de ser infantil.’ O olhei séria e ele cruzou os braços
olhando para frente. ‘E não adianta fazer birra e cruzar os braços.’
‘Não custa nada você dá um pouco mais de atenção pra mim. Esse filme é ridículo e chato!’ Ele falou emburrado.
‘Cala boca, idiota!’ Soltei a mão dele com raiva e voltei minha atenção para o filme pela milésima vez, ele não respondeu nada.
Continua.....
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